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Este denso estudo de Êça Pereira da Silva analisa a revista Araucariade Chile, criada por um grupo de exilados chilenos ligados ao PartidoComunista e publicada entre 1978 e 1990. Sua redaçao estava situada em Paris, mudando posteriormente para Madri. O tema, além de suaoriginalidade e relevancia, ganhou uma abordagem precisa e densa porparte da autora, que analisa os anos de chumbo da ditadura militarchilena, justamente aqueles nos quais a revista vicejou. Osintelectuais exilados entenderam que as reflexoes sobre a cultura emsuas diversas manifestaçoes - da literatura à música - se constituíana melhor forma de resistencia política ao poder instituído.Eraimprescindível que o mundo soubesse das arbitrariedades do regime dePinochet, que governava o país com mao de ferro, impedindo à forçaqualquer indício de oposiçao ao regime. Fundamental também era lançaro olhar para o futuro e propor soluçoes para a transiçao em direçao àdemocracia. Assim, uma revista em que denúncia e críticadialogavam com a esperança de mudança. Este importante trabalho vem se juntar a um já alentado rol de pesquisas que vem sendo realizadas, no Brasil, sobre a História da América Latina Independente. Sao estudosque, ampliando seus horizontes para além do nacional, se voltam para o continente americano e, a partir daí, apontam para aproximaçoes eparticularidades entre o Brasil e as outras sociedadeslatino-americanas.